Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

quinta-feira, 15 de março de 2012

COLEÇÃO PARTICULAR (18)

NÃO ABREVIAR

De vez em quando,
À janela,
Décimo andar,
Eu imagino,
Imagino,
Imagino,
Sempre imagino.
Mas não o faria jamais!
Por não ter pressa:
Já caio na vida
Em salto mais demorado:
Dá tempo de ir contando
Os andares,
E acenar para as outras janelas.


Alexander Rodchenko, Escada de Incêndio, fotografia, 1925.

6 comentários:

Anônimo disse...

quase um orgasmo da alma e quiçá do corpo também
não estar salvo da caída é uma maravilhosa dádiva de realidade - e ingresso para tudo aquém ou além dela.

Barbara.

Primeira Pessoa disse...

marquinho, seu poema me faz lembrar uma letra do vitor ramil (não é céu... vou ver se te mando)...
em que ele fala de um cigarro aceso caindo do décimo andar....


beijão do

roberto.

Anônimo disse...

Quem não imagina?
Muito bom, Marco, mexe com nosso imaginário, passa um filmezinho na cabeça na breve leitura do poema.

Beijo.

Anônimo disse...

saber voar e saltar

beijinho
LAuraAlberto

Mariana disse...

Bem, me recordou uma cena muito cotidiana: num edifício público qualquer, décimo andar para cima, na hora de voltar (descer), enquanto o elevador não vem, há aquela incômoda janela, às vezes por demais aberta. A gente meio que imagina o horror e a violência da cena, e recua com pés cautelosos.

Abraço!

Cris de Souza disse...

já imaginei, cá imagino, lá imaginarei.´..