Após dois anos de silêncio, reinicio o Azul Temporário com um poema sobre o silêncio e o tempo. Procurarei mantê-lo ativo com três postagens semanais, mas nada sistemático, apenas um exercício livre e espontâneo, como sempre foi. Sigamos daqui.
O ÚNICO SOM
Além dos limites
internos da casa
tudo são pálpebras se fechando.
O silêncio é o saber que as coisas
agora não excedem o ser coisa
e assim permaneceriam não fosse
o mediúnico relógio de parede
incorporar o som dos cascos do tempo,
aquele cavalo sem cor trotando
tudo são pálpebras se fechando.
O silêncio é o saber que as coisas
agora não excedem o ser coisa
e assim permaneceriam não fosse
o mediúnico relógio de parede
incorporar o som dos cascos do tempo,
aquele cavalo sem cor trotando
nas metálicas margens
de um caudaloso rio
de imagens.
Cézanne, O relógio negro, o/s/t - 1869. |
4 comentários:
Palmas, muitas e efusivas palmas pelo retorno desse AZUL que, mesmo "temporário" tem permanecido em minha memória! Teu retorno é motivo de alegria pra mim, Marcantonio.
O tempo é um cavalo indomável que desafia a todos nós; sorrateiro,
silencioso e escorregadio derruba os que ousam domesticá-lo ou montá-lo em pelo...
Beijo
Sagrado espaço: aqui eu me chamo libertada! Sempre bem-vindo!!!
muito bom o retorno ("se é que partiu"); é com grande alegria ver poetas que não tornaram-se profissionais, que continuam profundamente
amadores, que não tem a preocupação (até justificável) de permanecer.
um abraço
Marcantonio, agora estou aqui podendo ler com mais calma e carinho. Com aquela loucura de Facebook vamos perdendo tanta coisa importante, tão longe daquilo.
Aquele abraço!
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