Na placidez da tua testa,
Branco jardim celeste,
Brinca dócil, sem pressa,
O meu olhar-querubim.
Mas o inocente, por teste,
Desce aos olhos castanhos,
Veios de óxidos terrestres,
E por ali passa ao nariz,
Róseo e estável trampolim
Moldado em fina e fria louça,
Para saltar, anjo em queda,
Já seduzido e impenitente,
Na piscina rubra e ardente
Da tua profana, insana boca.
9 comentários:
Não é à toa que essa tua série encanta - e motivou-me um diálogo. Mais uma construção imponente, Marco. Parabéns pelo belo trabalho!
Saudações poéticas,
Lou
eis um querubim (que não é mais só olhar) sensível
e esperto
...
forte abraço,
irmão.
Uma série que imagino num livro, evidentemente ilustrado com obras tuas. Aliás, algo magnífico só de imaginar. Tenho adorado.
Beijos,
Então o anjo, não tão inocente desdenha a testa celestial
e decide mergulhar
num beijo ardente.
Lindo!
bjcas
Rossana
Uma inocência escondendo libido! Céu, paraíso, terra e vermelhidão se esgrimando!
esses modos de fazer retratos passam a ser rostos conhecidos, lembro de algumas pessoas em cada um
beijos
gostei da maneira suave de chegar à insanidade profana da boca.
adorei, poeta.
Um abraço,
Talita
História da minha alma
esta série de poemas é no minimo espetacular, parabéns!
Laura
esses querubins são uma tentação...
poema de-li-ci-o-so!
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