DISSECAÇÃO
Há uma pele na escrita,
Certo que dura duríssima
Por variada leitura
Crônica anacrônica.
Vale-nos um caco de espelho,
À maneira de bisturi,
Para lições de subjacências
Anatômicas.
Pela incisão veremos surgir
Músculos, tendões, nervos
Veias, artérias
E, sim, um fígado figurado
Que se regenera.
Porém, mas ao fundo
(tão íntimo que além-mundo)
Deparamos
Um luminoso osso externo,
Quiçá de fêmur adverbial,
Patela, clavícula ou escápula,
Atravessado - incomodando -
No estômago abissal
Da Via Láctea.
Um comentário:
Marquinho, isso é um escândalo de poema! Parece uma resposta a uma complexa pergunta. Poética resposta.Parabéns!
Beijos,
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