RADIAÇÕES
Legistas doutos, às vezes,
Também deliramos,
Como quando buscamos
O oculto prisma que decompõe
A ausência de luz
Das furnas inóspitas do luto:
Como germinam essas cores feéricas,
Florilégios cromáticos,
Espectros irisados que recobrem
A tediosa monocromia da carne
E os tons rebaixados das vísceras exangues?
Serão como auroras boreais
Nas fronteiras entre o post-mortem
E os nossos olhos clínicos?
2 comentários:
Eta olhar embriagado e embriagante! Que maravilha deve ser poder olhar assim, atravessando a carne e adivinhando fronteiras!!! Tá sumido, Marquinho, tua poesia faz falta.
Beijos,
São nas fronteiras que descobrimos os segredos mais inóspitos da alma. Gosto muito dessa linha que tem trabalhado, e o faz com maestria. Abraço!
Postar um comentário