“F”, DE FLUIDO
Sorrio,
Um filete contido,
Mas a ironia degela
E me encorpo,
Córrego lúcido.
Mas a ironia degela
E me encorpo,
Córrego lúcido.
A estupidez chove,
Cântaros e cântaros,
E já não basta sorrir,
Então rio de enchente,
E já não basta sorrir,
Então rio de enchente,
Transbordo tanto
Que gargalho corrente.
E no ponto de chorar
De rir desbragadamente,
Entranho-me na areia fria,
Entre os seixos polidos,
Nas margens fixadas,
Nas margens fixadas,
E seco-me de repente.
Perplexo de ter gasto
Até o meu sagrado riso,
Vejo-me exaurido, sério,
Ácido, cético e descrente.
Joseph Beuys, Como explicar pinturas a uma lebre, 1965 |
Um comentário:
sds dessa poesia difícil
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