Tão neutra e calcária
A tua face post-mortem.
Não sei por que acreditaríamos
Que emulas imagem estatuária
Se há perda notável de volume,
Reduzindo-se a baixo-relevo
Modesto e honesto,
Sem prestidigitar
A representação ilusória.
Eu é que sobreponho ao teu rosto
A antiga tridimensionalidade
Pela troca vertiginosa
De sucessivas máscaras mortuárias
Ainda úmidas,
Como se recém-moldadas
No gesso da memória.Marcantonio |
2 comentários:
O poeta e o artista unidos fazem luzir os versos: muito bom!
Beijos,
Formidável! E milhões de máscaras se elevam vívidas dos túmulos, e eu aqui, buscando uma para reviver.
Postar um comentário