”Q”, DE QUANDO
A espera a tudo vai tornando
Descontínuo.
Somente ela, a própria espera,
Impõe-se como longa estrada-distância
Ou túnel-ânsia.
Fecham-se as janelas adicionais
E as portas coadjuvantes,
Laterais.
As sequências se fracionam,
Não há gotas caindo
Nem escala solar,
Pois a luz não muda na sala de
estar esperando,
E os únicos números existentes
São os marcos alienados intrínsecos
Aos minutos da própria espera sem
agora...
O que vem de lá e tanto demora?
![]() |
Anselm Kiefer, Sulamith, téc. mista, 1983. |