Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

COLEÇÃO PARTICULAR (13)

LENDA

Aquele poeta se descobriu
Imerso na felicidade,
E percebeu que seus poemas
Apenas envernizavam o que na própria vida
Já brilhava por si mesmo.
Não podendo ser infeliz
Nem redundante,
Jogou fora trincha e verniz,
E não mais escreveu:
apenas viveu dali em diante.


Camille Bombois, The White Horse, óleo, 1920

9 comentários:

marlene edir severino disse...

Ai que lindo, Marco!

Cris de Souza disse...

dali em diante
dá o que pensar...

passando o bastão:
basta já não
é o bastante?


beijo real!

gagau disse...

Lindo,cada dia aprendo contigo,maravilha

abraços GAGAU!

Tania regina Contreiras disse...

Uai, acabei de descobrir que prefiro versos à felicidade...se assim for...:-)
Bárbaro!
Beijos

Lidi disse...

Difícil... não sei se eu preferiria ter essa felicidade plena (se é que ela existe) ou continuar rabiscando os meus versos. Belo poema, Marcantonio. Abraços.

Anônimo disse...

O Poeta há de viver
em cada listra,
uma esquina cercante.

Seguindo-te.
Um abraço!

Quintal de Om disse...

L.I.N.D.O.

Beijo, mMrco.
Sam

Anônimo disse...

deixar de escrever não pode ser igual a viver na felicidade
[pois não?]

beijinho

LauraAlberto

Andrea de Godoy Neto disse...

vou ficar aqui pensando nesses versos...

não sei como se vive sem escrever...mas talvez eu não saiba como se vive...

mais do que belo, instigante, inquietante poema, Marco.

(aliás, inquietante deveria vir no teu nome :)

um beijo pra ti