Meus pés
São iletrados,
Analfabetos
Dos seus rastros,
Não se dão conta
Das valas
Que, por atrito,
Criam no mármore.
Minhas mãos
São burras e simplórias,
Nada furtam do ar,
Nem aceitam em suas palmas
Essas folhas de água,
Esses frutos de fogo.
Meu tronco
Não subsidia
Nenhuma copa:
Meu crânio
Tão aéreo agora,
Tão narcotizado
De nuvens,
Sem olhos,
Sem orelhas,
Sem nariz.
Dentes sim,
Trincados para a memória.
Foto: Marcantonio |
4 comentários:
[antes de ir ao texto, a fotografia]
impossível não gostar desta foto...
beijo
[e agora o texto]
o nosso corpo como mapa de nós próprios
amei
beijo
Nossa! Parece que pintou o meu retrato :)
beijoss
ps. Como é mesmo que eu faço pra conseguir comprar o livro que você ilustrou??
um poema que impressiona
as mãos que ouvem
...
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