Caí de uma asa de mito,
Livre e esquecido,
Rêmige grisalha
Em espiral descendente:
Acima é mesmo verídico
O céu;
Mas embaixo
O solo é apenas figurado,
Página, papel.
Ives Tanguy, Extinction des Lumières Inutiles,
óleo, 1923.
Mas embaixo O solo é apenas figurado, Página, papel.
Quero dizer que seu blog figura entre os poucos que continuo frequentando, em época de palavras magras. Estou precisando de bom terreno e adubo para engordá-las.
5 comentários:
Boa noite, Marco.
Mais um belo exercício metalinguístico:
Mas embaixo
O solo é apenas figurado,
Página, papel.
Quero dizer que seu blog figura entre os poucos que continuo frequentando, em época de palavras magras. Estou precisando de bom terreno e adubo para engordá-las.
Abraço!
sim, 'céu figurado' é uma coisa.
Belíssimo poema, Marcantonio.
Beijo, Eliana
Pode ser também um Egeu, pronto a receber Ícaro, Marco. Abração.
Marco, esse poema vem tão ao encontro do que se move mais e mais em mim ultimamente...
o chão é ilusão... mas, como nós também somos, ainda podemos nos espatifar contra ele, não?
eu adorei esse poema, demais...
beijo
Poema desprendido que prendeu meu olhar no ar...
Hipnotizante!
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