Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

domingo, 6 de outubro de 2013

POEMAS EVISCERADOS (1)



TRANSPLANTE

A poesia é a flor doméstica
Que não está no vaso:
Alou-se ao ser cortada do galho
E fugiu para o topo frio da montanha,
Da montanha que não se ergue no vale,
Rarefeita que foi pela visão,
A visão que não se encontra nos olhos,
Mas orbitando ao redor dum músculo cardíaco
Que não pulsa no tórax original.



3 comentários:

marlene edir severino disse...

Teria sido o que vislumbrei vagando em certa nuvem no céu daqui?

Belo poema, Marco!

Abração!

Paulo Clóvis disse...

Originalíssimo o seu poema, Marcantonio. Cada coisa se dissolvendo no encontro de outra, como a harmonia da humanidade que se dissolve na arritmia das individualidades, como o descompasso dos metrônomos que se dissolve no solo final.

Tania regina Contreiras disse...


Belo poema, Marquinho. Te ler ainda me emudece...Tua criatividade e originalidade arrepiam sempre.

Beijos,