Tinha um amor profundo
pelo desuso,
cada objeto aposentado
era como um convalescente
de breve doença:
- Vá que ressurja de repente
a saúde da utilidade!
Era tão sério isso que parecia
a incumbência de um Noé:
recolher um exemplar
de cada destroço da sua vida.
E veio, enfim, o dilúvio de si mesmo.
Restou o quarto das tranqueiras,
arca repleta de bugigangas
sobre o monte de sonhos de araque.
Kurt Scwitters, Merz-Column, 1923 |
9 comentários:
a torre das berigelâncias, das casmurrices empilhadas dia a dia, uma hora não serão mais donas de si, e de sua vertical impotência, nada será, a não ser um resumo horizontal e extinto.
Meu carinho
Samara Bassi
Nós como noés escolheríamos os vícios, os prazeres mundanos e um casal humano. Uma canoa de desilusões.
agora, o meu avô...
:)
guardar tranqueira é comigo mesmo.
acabo reaproveitando muita coisa, embora não mais que uns 5% do total
tem as que penso em reaproveitar mas não sei mais onde enfiei. duas antigas namoradas, inclusive.
abraço
Primeiramente, obrigada pelo abraço gostoso. Segundamente, que maravilha de poema. Que maravilha, Marcantonio, e que vontade de tê-lo escrito eu mesma. Concordo com cada linha, cada idéia... Você é dos bons.
Bengalas às quais nos agarramos
para não despencarmos de vez da torre dos "sonhos de araque" que teimamos em criar...!
um beijo
Sonhos de araque não precisam da chave de fenda!! :)
beijos
ai, ai...
sonhos de araque são verdadeiras bugingangas.
Marco!
Obrigada pela visita! Estou muito feliz com as peças que escolhi... sobre os preços, eles são mesmo convidativos! rsrsrs
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Beijos
Lu
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