Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

TEMPO DE EXPOSIÇÃO (65)

DESESPERANÇA

O olhar sozinho
Se choca
Contra a imensa
Muralha
E cai esfacelado
Em farpas
De esqueletos
De passarinhos.

Sebastião Salgado

7 comentários:

Luiza Maciel Nogueira disse...

bastante intenso Marco, é assim o que lamentamos não poder mudar - da pobreza à miséria.

beijo

Bruno Gaspari disse...

Forte! Parabéns por seu estilo
e também pelo conjunto do blog.

Abraço

Tania regina Contreiras disse...

Pois então...te li ontem e me senti íntima desse olhar aprisionado, olhar bumerangue. A desesperança fez eco. Hoje acordei diferente. A muralha era a mesma, mas o olhar é corrosivo, e a muralha não tarda por esperar...rs. Quem sabe amanhã o globo ocular se arremesse, como bala, contra as paredes e as paisagens do outro lado sejam amplas...rs
Beijos,

cirandeira disse...

Olho esse olhar filtrado tão profundamente pela câmera de Sebastião Salgado e visualizo-o
ainda mais através das palavras do poeta que em meio a tanta desesperança, ainda ssim, consegue nos transmitir beleza!

um beijo, Marcantonio

ft disse...

"Todos os meus poemas são algum tipo de fracasso"

É isso Marco. Você pegou.

Talvez isso explique o constante autoboicote que eu promovo no meu blog e em tudo o que eu faço em termos de produção poética. O adjetivo poética existe apenas por complacência de alguns amigos.

Um forte abraço!

dade amorim disse...

Às vezes um olhar e tão eloquente que nos faz calar. Lindíssima e trágica foto. Salgado é mestre nisso.

Beijo.

Lidi disse...

Forte, bonito. Abraços.