Visto de dentro
o dentro ainda
é outro exterior
tal qual a boca
lida pela língua
que não articula
enquanto tateia
a tradução
dos dentes.
Antevisto de fora
o dentro é sempre
suposto cheio
de exterioridades,
boca com recheio
de palavras
forasteiras
em estadia
entre os dentes.
Seria abrigo, fórum
do que estava fora,
tal a alma no corpo
e no relógio a hora.
Vermeer de Delft, O Ateliê, 1667 |
3 comentários:
Maravilha, Marcantonio!
Você nunca deixa de encantar-me com os seus escritos...
Abraço.
É verdade, Marcantonio.
Supomos o "dentro", cheio de algo: mistério, abrigo, perigo...
Seus versos sempre provocam reflexão.
bj
Rossana
Poema revelador
em que tudo corpóreo
é tão denso e tão etéreo.
forte abraço,
irmão.
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