Terei voltado à superfície
Se não vejo mais o limite
Que o céu impõe ao mar?
Por trás das retinas adernadas
Tudo é imensa neblina
Sobre o plano oceânico.
Só ouço a percussão remota
Das ondas que se chocam
Contra as muradas do crânio.
No nauseante balançar
De águas tão soturnas
Já deve estar dissolvida
Qualquer suposta coerência
Dos meus atos.
Ah, a amnésia se aprofunda,
Uma âncora descomedida,
Para puxar ao sem-fundo
A frágil e banal corrente
Dos fatos da minha vida...
Julio González, Cabeça Reclinada, ferro, 1930 |
5 comentários:
na luta do rochedo contra o mar
o único que se estoura
é o siri.
turbulento é o meu olhar
um norte em meio e um (em)vão
destino que me embaça a retina
desfalencendo esse sentido ímpar de colorir no olho
essa força demedida
essa porta desmentida de ir além
desse entrecortado passo
por entre os espaços e estilhaços que me estraçalham as têmporas
e dos temporais invernos e infernais gravuras
que fincam a cor da minha íris,
uma força morta que não quer ser enxergada, nem (re)vista... nem por um tris.
Meu abraço,
Sam.
ode de uma (desa)vinda
abraço
LauraAlberto
Olá!
Fiquei muito feliz em conhecer o seu blog.
Gosto muito de ler textos e poemas, isso faz com que eu cresça cada dia mais.
A vida se torna interessante, à medida que encontramos pessoas como você.
Grande abraço
Se cuida
Marcantonio, poeta e artista singular, teus poemas são tão originais que às penso estar lendo uma coletânea de vários poetas. Acaso você é quantos?
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