Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

terça-feira, 26 de outubro de 2010

REPTO

Tenho dúvidas
Se aqui, neste vazio
Comovido,
Já há um poema.

A simples menção
Da palavra ‘poema’
Já faz algo se agitar
Na cidadela:
São as outras palavras
Alvoroçadas;
Correm e se abrigam
Como se temessem
O dilúvio.
Dividem-se em grupos;
Formam assembléias;
Votam pela greve.
Algumas ficaram pelo chão
Se fingindo de mortas.
Mas ouço sua respiração
De covardes.

-Apareçam palavras poéticas!
Apareçam se têm entranhas,
Se tiverem coragem!
Apareçam! Covardes!

9 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

Áh, com você não tem escape, Marquinho: silêncios, vazios e brancos não resistem à sua sedução de poeta e...se entregam! Muito legal....
Abraços,

Domingos Barroso disse...

Combate!
Sem trégua!

E escreve os despojos delas
...

forte abraço,
meu amigo.

Unknown disse...

como no jogo do bicho: vale o que está escrito, poema ou grito


abraço

dade amorim disse...

Engraçado isso, mas encerra uma verdade. O Assis disse bem :)

Um abraço.

Eleonora Marino Duarte disse...

marco,

no seu caso, elas transparecem!

muito bom!

beijo.

nina rizzi disse...

é o que andam a bradar minhas línguas...
adorei, menino. vou ellenizar ;)
beijos.

Anônimo disse...

Para vc elas nunca faltam =).

Beijo!

ju rigoni disse...

Marco, eu estava "te lendo" lá no reader e me deparei com essa obra-prima.

Ma-ra-vi-lho-so!

Bjs e inté!

Cris de Souza disse...

levanto essa bandeira!