O horizonte rendido deixara de fugir,
Então o filósofo sob uma árvore chorava
Lágrimas gratas que evaporavam
Ao tocarem seu peito ardente,
E se condensavam em nuvens permanentes,
No azul movediço estacionadas.
Apenas a árvore fazia a tarde viva e bela,
Voando para bem longe
Nas folhas que o vento lhe roubava.
Evandro C. Jardim, A Visão mais Distante da Árvore, gravura em metal |
5 comentários:
Esse filósofo com peito ardente me lembrou o personagem do conto "O imortal" do Borges: "Senti no peito um doloroso latejo, senti que a sede me abrasava", diz a dada altura o personagem que vai se esquecendo quem é/foi, se enredando em labirintos e desertos. Mas acho que viajei. Esse filósofo aí tem cara de outra coisa. Não sei, faz bastante tempo que li o conto, já não me lembro de seus desdobramentos. E de mais a mais o filósofo está chorando...
Abraço.
Encantador, Marcantonio!
Demais!
Ah, essa árvore...
Abraço, amigo.
provas do artista, amigo, eu me dedico a maratona, rs,rs,
provas à parte eu aprovo
abraço
Marcantonio, só você mesmo para estacionar nuvens em um azul permanente enquanto o resto dos mortais empurra como pode o indizível peso que cada uma delas têm.
beijos
BF
ps. A sua entrevista está também indizível de tão bacana :)
Sou sua fã! Sou, sim.
Muito bonitas, a poesia e a gravura. O movediço das sombras é isso, o nosso contato com a verdade mais profunda das coisas (e de nós mesmos, claro).
Abraço
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