No cânion
Urbano
Transito.
Como escapar
Ao rito
Diário
De me
Redimensionar
Nesse vai-vem?
Quanto maior
O rio de rostos
Aflitos,
Mais me contraio,
Menor eu fico,
Extranumerário
Ninguém.
Mas a enxurrada
Anônima
Ao poucos
Se dissipa
Pela urbana
Vicinalidade,
E assim
Me reponho,
Entre poucos,
À mediana
Identidade,
Até chegar
Ao perímetro
Solitário
Onde se me
Acrescento
Aumento
Extraordinário
Para, enfim,
Nesse ermo,
Ser eu mesmo
O absurdo
Totem de mim.
Andreas Feininger (1906-1999), 5th Avenue at Lunchtime, 1950 |
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8 comentários:
Bom demais, Marco. É tanta urbis, tanta gente, coisas acontecendo sem parar. A gente vira mesmo um totem.
Beijo.
Me lembrei que alguns poetas dizem que precisamos participar da multidão para que ao se recolher tenhamos as experiências de uma vida que de certa forma não nos pertence.rs
bacio
Brilhante, poeta. Brilhante poeta.
Beijo,
Mima.
Muito bom, Marquinho... Sempre um olhar muito original e supreendente. Surpresa sempre, nos teus poemas. Mas tua marca lá!
Beijos,
Marcantonio,
"cânion urbano" é uma imagem perfeita, sugere compressão e vertigem, simultaneamente...
E os versos que encerram o poema:
"Ser eu mesmo
O absurdo
Totem de mim"
encerra uma verdade subjetiva muito poderosa.
Como sempre, um primor de escrita.
Abraços!
Marcantonio, você está se tornando um totem para muitos!! :)
beijos
Olá, Marcantonio
a imagem: enxurrada anônima de carnes tecidos couros, enxurrada de metais contendo carnes tecidos couros separadas por longas hastes em T's ou balanças no topo.
e ao final ser talismã de si próprio
DIMENSÕES incríveis
abraço
Muito doido. Muito doído.
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