Poesia é uma experiência
Restritiva.
O teu corpo em minhas mãos
E eu me vendo acima de nós
A te amar.
Algo se esvai nessa concentração
Superior,
Perco muito
Por não me perder de todo.
E se inteiro me perdesse,
Teria a posterior plenitude
De não ter que nos recompor
Por palavras.
Teríamos a suma identidade
De um terno momento
De esquecimento.
Acho que poesia serve para
Lembrar
Tudo que não deveria ser
Poesia.
Luicen Clergue, Nu de la Forêt, 1971 (daqui) |
Mais e sobre Lucien Clergue AQUI
5 comentários:
Nossa, MArco, me deu um nó rsrsr
A poesia nos confronta!!
Você nasceu poeta, não há como duvidar...:-)
"Perco muito
Por não me perder de todo"
Eu perco tudo. ´Muito, muito bom te ler...
beijos,
Marco, sabe do que eu realmente gostaria? de um livro teu, para que eu pudesse abrir uma página qualquer no instante em que desejasse e tivesse sempre a surpresa de me deparar com um poema assim, ainda que já o tivesse lido muitas vezes...
beijo
p.s: esse não é um desejo muito difícil, né?
A poesia serve para nos lembrar de tantas coisas, não é? Até do que não é poesia, ou não deveria ser, ou não se desejaria fosse.
Belo texto!
abraço.
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