Com que mecanismo os teus olhos
Reerguem o sol à noite?
Seria eu mesmo que, de permeio,
Invasivo, te incendeio
Como se em ti tocasse misterioso
Interruptor?
Esta lâmpada particular,
Redoma que fechamos na luz,
Queima de amor?
Que revolucionária reserva,
Uma aurora fechada, mas inconclusa,
Abstraída por carícias à treva.
Neste aparte de luz vamos ao desatino:
Estamos glosando um gesto divino?
Gordon Parks, Front Cover, A Star for Noon, 2000 |
7 comentários:
Belíssimo início: "Com que mecanismo os teus olhos
Reerguem o sol à noite?".... E isso, que maravilha:
"Uma aurora fechada, mas inconclusa,
Abstraída por carícias à treva."
Um arraso de poema!!!!
Beijos
os sentidos se inflamaram:
a(s)cendi...
beijinho com admiração, poeta!
muito bonito, muito bonito mesmo
as mariposas, Marcantonio
a busca da luz pelas avoadoras
a lua a lâmpada acesa o fogo a chama
viajando na imagem :)
primeiro plano, a imagem de um corpo nu e ao fundo poderia ser uma pintura/gravura de um cavaleiro em seu cavalo à luz da lua conduzindo ou simplesmente indo em uma direção, ou então tudo junto, a cama, o corpo, o cavaleiro, a lua, o descampado/uma paisagem.
gosto disso, :)
abraço pra você
Fiquei boquiaberta!
Maravilhoso!!!
Sem dúvida, Marcantônio. Fiat lux!!!
Vou te contar: esse poema é "daqueles"...
Obra-prima!
E o quadro é um "cousa"!
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