Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

TEMPO DE EXPOSIÇÃO (39)

RECITAL

Não ergo os olhos ao céu
Nem cismo.
Lanço para o abismo
Das escalas menores
O meu canto rude.
Mas percebo naturalmente
A boa acústica das nuvens.


Robert Doisneau, O Violoncelista, 1957.

9 comentários:

Evandro L. Mezadri disse...

Uma poesia casada perfeitamente com a foto, bela fusão!
Grande abraço e sucesso!

Bípede Falante disse...

A boa acústica das nuvens é uma criação literária incrível :)

dade amorim disse...

É a isso que eu chamo de poema bem encaixado, que se lê como quem vê.

Mima disse...

"Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.
Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite.
Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz.
Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo. Nos céus ele armou uma tenda para o sol,
que é como um noivo que sai de seu aposento, e se lança em sua carreira com a alegria de um herói.
Sai de uma extremidade dos céus e faz o seu trajeto até a outra; nada escapa ao seu calor."
Salmos 19:1-6

Tania regina Contreiras disse...

Também adorei "a boa acústica das nuvens" e viajei além! :-)
Beijos,

Cris de Souza disse...

Repito com prazer: reges o verso com maestria!

Beijo, meu mago.

Sônia Brandão disse...

É preciso saber ouvir a ópera do universo.
Muito bom, Marco.

bj

Unknown disse...

e os sismos aqui se fazem em sons,


abraço

Jonathan disse...

Gostei! Algo nele, nos ultimos versos, me inquieta, mas gostei!