Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

TEMPO DE EXPOSIÇÃO (57)

TITÂNICA

É certo que naufragará
A minha cabeça,
Mas já tenho um plano
Louco de evacuação:
Primeiro, salvo nos botes,
Velhos instintos de vida,
E a improvável tripulante,
Certa inocência infantil
Sem olhar de través.
O mais siga por ordem
Casual.
Até restarem no convés
A suposta comandante
Razão
E seu imediato ceticismo:
Se não se salvam
Nadando para o nada,
Que afundem coerentes
Com a embarcação.


Andreas Feininger, S. S. United States N. Y. Harbor, 1952.

6 comentários:

Noslen ed azuos disse...

dizem q a razão é burra, neste caso provado!

boa Marcantonio

ns

Adriana Riess Karnal disse...

achar coerência na poesia é de afundar qualquer embarcação....q bonito, Marco

Luiza Maciel Nogueira disse...

Adoro o humor presente nos teus poemas! Um beijo.

Vanessa disse...

se der tempo, a razão... ela não tem muita utilidade, de qualquer forma.

Cris de Souza disse...

Versos a todo vapor!

Parece que os planos mirabolantes são os mais acertados...

Beijo, meu mago*.

Bípede Falante disse...

Planos loucos me fascinam!! :)
beijoss