Eu era poeta imbele
Quando arrastava a pluma da língua
Sobre a tua pele;
Mas evoluí para este decidido pastor
Das tuas sensações mais desinibidas
Ao toque do meu cajado condutor;
Trago de volta teus olhos desgarrados;
E teus lábios trêmulos balem
Rubra e urgente canção de amor.
Marcantonio Raimondi, O Julgamento de Páris, gravura, sé. XVI |
9 comentários:
Muito bela sua poesia, Marcantonio!
Gosto do seu estilo de escrever.
Grande abraço e sucesso!
Vou comentar, ainda que corra o risco de ser mal-entendida:
Tenho bastante dificuldade com a poesia dita erótica, e amigos meus já me questionaram isso, como se eu estabelecesse um subgênero para a poesia. Conheço quase nada. Certamente isso diz de outras questões, de excesso de inibição, pudor etc. E essas barreiras nem sempre se contornam.
O curioso é que, não obstante essa reserva, eu me torno alvo de piadinhas de conotação duvidosa, como se as pessoas quisessem me arrancar algum segredo ou confissão bem guardado. Aí é que está. O segredo nem eu conheço. Ou sou eu.
Em tempo: esta semana, lá na escola, uns colegas me pediram ajuda com um poema do Silva Alvarenga, bem caliente, o poema, mas cheio da retórica, aquele dizer de trás para frente que foi a mistura de Barroco e Arcadismo que aqui se passou.
Voltando: talvez o erotismo deste poema seja apenas efeito do modo como leio, já que não conheço e tal. O comentário se estende, vou ficando por aqui.
Abraço.
Ah, magnifico poema, Marcantonio!
Um tesouro...
Abraço da
Zélia.
Ê Marcantonio, sempre surpreendendo! Mas vire esse cajado pra lá, rapá!
Abraços.
Muito bom teu poema, Marco.
Eu queria saber que aconteceu com o comentário de ontem, que sumiu. Cê viu algum voando por aí?
Beijo.
armadilha essa onde
somente a rendição cabe ao amor
cair, e cai, sempre cai (feliz e entregue)
Beijo Marco.
Meu carinho
Samara Bassi
um homem e seu cajado: poema de amor rasgado.
O máximo!
beijos,
Isso é que é fazer do sexo um ato de amor!!
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