É tudo memória
Das intempéries,
O vento frio
Se me entranhou
Na pele
Sem que os pelos
Se eriçassem
Nem contraindo os poros
Para que a tempestade
Não me adentrasse.
No teatro meteorológico,
Céu azul
De cenário levadiço,
Miragem içada
Por vaporosos fios:
O ar quente sobe
Aos meus olhos,
E para os meus pés
Desce o frio.
Fayga Ostrower, Paisagem, litogravura, 1981 |
Ver: Instituto Fayga Ostrower
3 comentários:
No inverno, são indispensáveis meias, pois por mais que alguém possa se abrigar da tempestade, encontra-se nos pés uma sensibilidade ímpar, que não se deixa domar fácil, como se nos dissesse assim: eu te protegi da tempestade, conduzindo-te a um abrigo; agora proteja-me dela, do que dela fala em você.
Abraço.
arrepiou! cá pensava: meus pés são super sensíveis... será por isso que amo os pássaros?
beijo, meu mago.
Não sei se há muita pele para pouca carne ou se é o contrário, não sei se o calor escapa porque há frio ou se o frio aparece depois que o calor se derrete. Não sei dizer o que sinto, nem explicar o que leio, porque o que leio parece tão tão grande...
beijos.
BF
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