Há na sua boca
Mais do que a racionalidade
De trinta e dois dentes;
Mais do que somente
Esse réptil cordato,
A língua;
Mais do que um sucedâneo
De céu, o palato;
Mais do que a alfândega
Das papilas gustativas;
Mais do que germicida
Saliva.
Há na sua boca
Arma oculta,
Uma catapulta
Primitiva.
Man Ray, Compass, 1920 |
8 comentários:
Boca indendiária...
Muito bom, Marquinho, muito bom!
Beijos,
poeta é aquele q consegue ver as coisas,com os ólhos plásticos.Parabéns marco
A estrutura é perfeita, a boca.
Nela explode a metáfora.
E nos atinge em cheio.
O teu domínio da fisiologia, em minuciosos detalhes e funções,
é mais do que de um poeta/artista plástico, és um anatomista com as palavras.
Abç fraterno, Poeta.
Tardarei menos a vir te ler.
Teus blogues são territórios da arte mais rara.
UAU!!!!
este,
fala por sí só... ;)
Muito bom!!!
Essa catapulta primitiva por onde cuspir o que não é alimento e, uma vez engolido, envenena; esse sistema de defesa dos muros contra a aproximação dos forasteiros.
Todo esse mote é fantástico mas a imagem de réptil cordado na língua me deu o bote.
Catapultaquepariu!!!
Versos fortes, meu querido Marcantonio, tanto quanto o objeto dos mesmos...
Lindo!!!
Abraço da
Zélia
Postar um comentário