Leitura de espinhos
É feita pelo tato
Destemido,
Espécie de acupuntura
Aflitiva e inevitável
(Ou talvez não:
Para quem queira viver
Blindado por iletrada
Negação).
Para os demais,
Os textos sentidos
Da vida,
Aguda textura,
Não serão decifrados
Sem ferimentos
Nos dígitos:
Algumas vogais
Tirarão sangue,
E consoantes
Serão abafadas
Por gemidos e ais.
O pior é que, talvez,
Nenhuma flor
De brandura
Surja suave e nítida
Após os aguilhões.
Mas, insista-se na leitura,
Pois, segundo dizem
Os hermeneutas infelizes,
Menos importa a flor
Que a espinhosa procura.
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| Karl Blossfeldt (1865-1932), Nigella Damascena |
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5 comentários:
E na busca
infinitas possibilidades
Perfeito, Marco!
Abraço
a polpa dos meus dedos
foram guias
nesse braile inerente
do meu sentir
foi espinho
foi caminho
deslizante a esmo
o mesmo encontro dos pardais
que me cantaram
me encotraram nas pedras
postas - poetas calejados
na palma de minha mãos.
Meu carinho, Marco :)
e calejadas da palma da minhas m"aos
Que assim seja!
A procura vale o jardim.
Beijosss
Você eu não sei, mas se não houver flor ficarei muito puto! hehehe!
Um grande abraço poeta!
Gostaria de pensar numa
Espinosa procura.
Abraço.
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