Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

TEMPO DE EXPOSIÇÃO (60)

ORLA

Aquietado
Pela salmodia das ondas,
Apenas olho o céu nublado,
E o mar hoje gris.

Nesta contemplação
Sem espera,
Esse ser de falésia,
Haveria algo
Do estar feliz?

A minha alma,
Um quadro neutro,
E o vento que nele escreve
Qualquer destino,
O giz.


José Boldt,  Praia, Santa Cruz, 2005 (blog de Boldt, aqui)

4 comentários:

Bípede Falante disse...

um quadro neutro não é um quadro em branco e um quadro em branco não é um quadro negro em todos os sentidos rsrsr
falando sério, que, de vez em quando, falo sério, gosto muito desse poema porque a gente quer oferecer a alma ao destino, quer que ele a leve, mas ele não aceita, o danado, não aceita e nos engana fingindo que existe.
beijosss :)

Rebeca dos Anjos disse...

Na falta de cor da espera, cabe a paz branca do giz.

Bonito, bonito!

Abs

Bípede Falante disse...

Acho que eu nunca disse que acho o seu blog, esteticamente, raríssimo. É muito bonito e diferente.
beijos

Cris de Souza disse...

Esse é o azul pra lá de temporário!