Dizem haver duas trilhas
Para o que deve ser dito.
Mas por uma ou por outra
Perder-se-á algo estrito.
Ou serão duas ilhas
À escolha do náufrago?
Duas praias vãs, quiçá,
Às quais o escrito vai dar
Em farrapos e exausto.
Maria Bonomi, Mar dos Anjos, xilogravura, 1975 (Daqui) |
Site oficial de Maria Bonomi: http://www.mariabonomi.com.br/indexf.htm
4 comentários:
Muito bom! Parabéns! Se entendi, a escrita é perda, a ilha-linguagem não comporta o que o mar quer exprimir.
Mas dizer isso (o comentário) já é empobrecer o que os versos dizem por si, ou não dizem, porque há um não dizer nisso tudo, na rota do náufrago. De forma que é melhor, aqui, silenciar.
Abraço.
Será que há escolhas? Ilhas? Será que a possibilidade do artista expande tanto assim as dimensões existentes? Não sei. De fato não sei.
bacio
Duas certamente encontraremos. Duas e meia, talvez. Que tem quem prefira sentar na berma para ver o que acontece enquanto a outra passa.
beijoss
E naufragando vencemos os pobres portos da denotação..
Abraço
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