Com estes dedos frios
Tampo os ouvidos,
Mas ainda ouço ruídos
Persistentes
De forja trabalhando
Dentro do meu crânio:
É o claudicante Vulcano
E sua arte dos metais,
Moldando armaduras fictícias
Para meus medos reais.
Peter Brueghel, o Velho, O Alquimista, gravura, 1558 |
12 comentários:
tens um parafuso a mais...
só pode!
beijo, meu mago.
Há sons interiores que não se tampa.
Excelente!
Originalíssimo:
do título
ao derradeiro verso.
Um abraço,
Doce de Lira
Ma-ra-vi-lho-so, Marquinho! E Vulcano moldando armaduras fictícias para medos reais...nossa, um espanto.
Adorei,Marquinho.
Muito forte e expressivo.
A forja é uma bela metáfora da poíesis. Dia desses o inventor bíblico da forja me fez uma visita.
Estamos na mesma sintonia.
Abraço fra/terno.
A palavra ecoa mesmo sem parar e nos persegue, até que exaustos, cedemos a seu som intermitente.
Obrigada pela visita, e por seguir.
Bj.
Ana
acho que estamos sempre fabricando novas armaduras fictícias, né? elas só não podem impedir o voo.
beleza de poema!
abraço.
Imaginação não tem mesmo limites. Felizmente. Se não fosse assim, como encontrar poemas tão perfeitos, associações desse grau de beleza?
Beijo, Marco.
A forja não para.
Muito grato pelas tuas palavras, Poeta.
Mas os foles que sopram aqui são imensos. E eu já me tornei ledor assíduo deste Azul.
Abç fraterno.
Com a mecânica do crânio ninguém se atreve.
beijos
Acho que o deus Vulcano está honrado com essa oferenda poética.
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