Uma palavra ofensiva
Leveda em minha língua;
Logo a envolvem
Fios ressentidos,
Num casulo que eu urdo.
Aguardo a metamorfose
Da ríspida pupa
Em alada e leve canção;
Mas isso não acontece,
E a crisálida se enrijece,
Resina viscosa a encobre,
Até que mudo me torne:
Jamais serei poeta
Generoso e nobre.
Marcelo Grassmann, Guerreiro, gravura em metal. (Daqui) |
10 comentários:
Expulsa em versos o veneno, pra canção que não vem: poeta tem mil faces.
Muito bom, Marquinho!
Abraços,
Marcantonio,
esse Azul já se tornou leitura imprescindível pra mim. E os foles que sopram a forja do Azul têm a potência do teu imenso coração.
Abraço fraterno, Poeta.
Visito teu espaço pela primeira vez... onde tem azul me sinto à vontade...
Maravilhosa tua arte!
Beijinho com encanto!
Cada prova aqui é mais linda do que a outra, se é que isso é possível rs. Bjos, Marquinho!
Acredito que generosidade e nobreza não devem ser características de um bom poeta. Assim penso, não seu assim é...
Abraço, camarada!
E eu sempre achei que o destino final do poeta é o silêncio, a mordaça. rs
bacio
Embora envolta, cristalizada, crisalizada, a palavra lá está... Não tens que ser um poeta generoso... Liberte as asas que te prendem a língua, quero vê-las.
Há palavras que batem com a fúria das letras, dos olhos e dos dedos.
beijoss
Generoso e nobre, não sei, não te coneco, mas poeta, ah, tenho certeza que és.
beleza e dor tecidas no próprio casulo, crisálida escura e luminosa
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