Dedicado à poeta Cris de Souza
Uma flauta impressionista.
Debussy? Ravel?
E a lua, odalisca lânguida,
Dança no céu.
B
Lua, globo sem pupila,
Olho sem retina,
Não nos julgas, nada vês
Da humana insensatez.
C
O céu cessa de chorar
Cai a última lágrima
Soberana:
A lua nacarada
Sobre a poça urbana.
D
A janela se orna:
A névoa, cortina;
A lua, borla.
E
Nave lenta,
Nunca zarpa
Nem recolhe
O velame:
Vela, atenta,
O hemisfério
Que dorme.
F
Pequena reserva de sol
Que atenua o medo
Da noite eterna
- O dia apenas hiberna! -
Solidária lua, talismã
De fé na luz da manhã.
Renina Katz, litografia sem título, 1997 - Imagem daqui |
14 comentários:
belíssimos!! E vi a Cris nos espaços entre da poesia! :)
beijos
Lindos versos para uma das poetas mais incríveis que conheço...belíssima homenagem!!!
Viajei através dessa metamorfose lunar. Sim, eu me vi em fases, olhando para o céu e colhendo suas luzes, ora intensa, ora amena, ora inexistente. Amei.
bacio
Ps. Recebi seu e-mail e vou respondê-lo, apenas não o fiz porque os dias por aqui estão conspirando contra mim. rs
Ah, meu Zeus! Sou falante e adoro presentear mas nunca sei o que dizer quando sou presenteada... Tuas variações em torno da lua fixaram um sorriso em minha face- estou aqui em estado de êxtase. Cada verso mais impressivo que o outro e todos cheios de beleza, mística e luz. Sabes o quanto amo este universo...
Muito, muito obrigada, meu mago!
Beijão, poeta pra lá de adorado.
um quase alfabeto para soletrar os espasmos da lua e lira, CRIStal
abraço
Da motivação que inspiração se deu, as variações de tom, sabor, ritmo e luminosidade se fizeram poesia. E a lua se fez lira-Cris.
beleza, Marcantonio! Perfeita homenagem à nossa querida Cris.
abraço.
Beleza teus curtos, Marco, lirismo que bebe do antigo, e recria em linguagem tão própria a eternidade da poesia. Forte abraço.
nesse girar inconstante
sou um ciclo constante
de mudanças que minguam
num vão de quarto
num terço nas mãos
que vertem constelações e enluaram
os olhos
que brotam manhãs
de luas
até encherem-se
e transbordarem-se
de novas
de boas
e cadentes.
Abraços, flores e estrelas, marco.
Belo poema, Marcantonio. Sempre me impressiona o quanto a lua é uma fonte inesgotável de poesia..
Abraço
Reflexos iluminados de um ma/estro enluarado.
Abraço fraterno, Poeta.
Belo canto à Cris!
Beijinho com admiração!
há luares que incitam a todos os uivos! ou não fossem a reserva maior de sol!
abraço, marcantónio, e beijo, amiga tal, cris!
...e insensatos somos...
Lindos versos!
Beijo
Olá, Marcantonio,
bela dedicação à Cris
tudo de inspiração
Parabéns a você e a ela
amei este
Pequena reserva de sol
Que atenua o medo
Da noite eterna
- O dia apenas hiberna! -
Solidária lua, talismã
De fé na luz da manhã.
Abraços
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