Um misto
De assombro e inocência
Próprio de quem sempre
Vê o mundo - ou a vida -
Numa eterna pré-estréia.
Parece que tu fugiras
Ao teatro de sombras
Da caverna
Do mito de Platão.
Sendo assim, conviria,
Como uma precaução,
Que fizesses segredo
De tudo que alcanças
No teu campo virgem
De visão.
Magritte, Tentando o Impossível |
8 comentários:
Marcantonio
Que maravilha esta idéia de apresentar a modelo como alguém que assiste à pré-estréia do mundo, de tudo...
Incrivelmente lindo o seu poema!
Para lá de lindo...
Abraço, meu querido amigo!
Esse rosto me soa tão tão familiar...
e em quantos também não encontramos este mesmo olhar, não é?
muito bom!
há algo de músicas no um-sentir :)
abraços!
Nada como a tensão de uma pré-estréia e ainda mais esta sendo eterna! Embora seja muito difícil para quem está em Pernambuco nessa época do ano sair da rua, venho acompanhando a sua série dos rostos.
Abração!
Rostos que em segredo alcançam olhares...
Beijos e bom domingo...
A inocência e o campo virgem da visão. E ainda (nos) arrebata com Magritte, um de meus preferidos! Demais!
Nossa, Marco, perfeito seu traçado poético.
Beijo.
Mais um belo poema, Marco!
É impressão minha ou a tela sugere um diálogo com o mito de Pigmaleão? A associação foi imediata, mas espontânea. Não sou estudiosa do assunto.
Promovendo uma releitura sob essa ótica, a do mito, o poema nos apresenta outros tons - tão belos quanto os de outras possíveis leituras.
Beijo
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