A cômoda de cinco gavetas,
nobre e longeva,
vive deslocada e fora de moda
na área de serviço.
Foi condenada a se adequar
à sua idade:
está cheia de velharias plebéias.
Seus primeiros donos
há muito ocupam eles mesmos
gavetas de outra natureza,
mas ela ainda se recorda
da beleza virginal
do seu primeiro enxoval.
Mary Cassat, Tea, óleo, 1880 |
4 comentários:
Belezas esquecidas, presas em gavetas velhas e abarrotadas por sonhos... Ótimo texto!
Atenciosamente.
Adriano MB.
Marcantonio,
Boa tarde!
Que bom vir aqui no seu blog. Li e reli alguns textos. Que maravilha! Muito bons,mesmo! Aconchegante seu cantinho. Voltarei mais vezes, sempre que pintar um tempo. Adoro poesia. Gosto de sites inteligentes. Tenha um ótimo fds!
Com saúde e alegrias duradouras.
Ah, se tiver um tempo e quiser passar no meu blog. Vai ser um prazer ter sua visita por lá; Senta-se à vontade, a casa é nossa! Seja bem-vido!
Abraços,
João.
www.ludugero.blogspot.com
Amei. Pensei muitas vezes coisas assim de móveis da casa de minha avó. Mas quem não pensa?
Beijo.
Quem iria cantar em versos uma velha cômoda, que só incomoda com suas histórias antigas? Só você...
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