Lembram estratificações rochosas
Em corte longitudinal.
Pode-se medir por elas a tua idade?
As superiores receberam há pouco
Um aluvião de dúvidas.
A primeira, talvez, deva-se à perda
Da inocência, ou ao ganho da ciência
Das inevitáveis culpas.
Em alguma há soterrada uma cidadela
De contradições morais.
E certamente há em todas as camadas
Esqueletos de afetos, ossos do ofício
E fósseis de vazias operações mentais.
Picasso |
5 comentários:
Envelhecer, criar rugas mas também saber aceitá-las como marcas da vida. Esse rosto descrito me remeteu sos meus avôs, pela leveza das marcas profundas. Beijo
Marcantonio, minhas palavras de poeta de quinta categoria são impotentes demais para dizer o quanto é maravilhoso esse poema.
Um abraço, véio.
Cada vez que leio seus retratos, imagino eles pintados.
É algo lindo e poético, o que fazes.
Abraço!
gostei muito deste! que descrição metafórica. foram tantas as imagens que me saltaram à mente.
abraços.
Essas marcas nos revelam. O rosto mostra o que alma esconde.
Beijos e um bom final de semna.
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