A luz não é a alma da paisagem
pois o sol não lhe circula
prânico
nas ocultas veias
nem lhe inocula
ânimo.
O sol apenas pastoreia
sombras na superfície
para o volume inconstante
de um semblante,
variada efígie.
Mas quando o sol se põe
em simétrico interregno,
e a noite se revela
terreno subjacente,
uma alma se extroverte
impositiva
na paisagem que adormece
paisagem negativa
e não referente:
é a alma compartida
do medo que o homem sente.
Marcantonio
3 comentários:
Sol morno, água fresca e afeto. Receita para florescer a beleza. Lindo poema. Abraços, Adriana
minha sombra é meu pastor
que me guia e está sempre à frente dos meus passos
que segue meu cajado
nessas paisagens oníricas
e metafísicas,
ensolaradas ou enluaradas
e que passam...
Que belo, querida.
Meu carinho.
Um belíssimo poema, Marco Antonio, eu muitas vezes fico pensando que a existência é uma sombra em si mesma, a origem lunar, abissal, e a luz, posterior, cíclica, empresta-lhe contornos para que se enxergue e se reflita.
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