Na madrugada
a janela não contrasta tanto
com a paisagem verídica.
Passa uma motocicleta com uma vida
isolada.
Passa um carro branco com duas vidas
colaterais.
Passa um ônibus ancho com uma dúzia de vidas
sentadas.
Passa aflita,
anunciando o enigma da sorte,
a sirene da desdita:
agudo risco de morte.
10 comentários:
passa um pé à frente do outro,
um olhar pára na fresta do muro e
de repente, uma clareira no pensamento diante desse anuveado metafísico,
metafórico olhar.
passei por alguém que passou por mim ontem - a estática é mesmo muito dinâmica.
abraços, flores e estrelas...
Os ví, a todos, através da janela do poeta-cronista; ouví até a sirene da desdita e esbarrei naquela caixa luminosa que nos envia para as profundezas da terra!
"Que a terra nos seja leve" :)
beijos
que lúcido!!!
Show, meu querido Marcantonio!
Esse cotidiano, que você pega e , com seu poder de magia, transforma em versos assim, desta qualidade...
a arte parece de fato uma rua movimentada na madrugada que nesse flash do momento passou uma luz rente despercebida, algo que lá ficou no instante que passou :), belíssimo
essa arte tem tudo haver com poesia, desperta a poesia da imagem
beijo
A vida vista da janela, a despeito dos riscos, ainda é vida.
Me pus em dia em seu azul.
Temporariamente ausente.
:D
bj
Rossana
Tô por aqui te lendo. Sempre boquiaberta com a poesia lúcida que vem pelas suas mãos. E pela versatilidade, isso que parece ser teu, natural da tua alma. Amando a nova série. E agora mais serena, porque acabou a loucura que se chama carnaval, mas que não é. Falta a ele o que te sobra: originalidade, criatividade...enfim.
Beijos, Marquinho.
Belos posts em dose dupla. ;)
Um abraço
Uau, algo passou aqui e me estremeceu!
Abraço.
óh, céus! não sei quem mais me espanta, se o criador ou as criaturas...
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