Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

terça-feira, 22 de março de 2011

QUINZE PAISAGENS COM SOL, QUINZE COM LUA (17)

Você já vê a flor,
vê a serra distante,
o sol nascer
você já vê.

Falar do que se vê,
em geral,
(como a flor)
seria tautologia?
Aquilo que a poeta
dizia
de ser uma flor
uma flor,
a serra distante
ser a serra distante,
o sol a nascer
ser o sol a nascer.

Falemos, então,
do invisível particular
(ou universal?):
o dia que é o dia
que não mais será
um dia que hoje
é um dia a menos.

Isto é: será
o que você e eu
não veremos.
















Marcantonio

10 comentários:

Anônimo disse...

onde está o novo meu amigo?
existe o novo?

pois é...

João A. Quadrado disse...

[a construção de todo o dia, o acontecimento do horizonte, tudo o que palavra sabe como ver]

um imenso abraço, Marcantonio

Leonardo B.

Luiza Maciel Nogueira disse...

é sempre bom te ler

beijos

Tania regina Contreiras disse...

Pois então, Marquinho, sei lá...às vezes o óbvio do óbvio é a coisa mais escondida dos olhos...Tenho achado que o óbvio está ficando cada vez mais encondido...Salta às vistas e cola nos olhos, parece, cegando.
Enfim...
Beijos,

cirandeira disse...

A repetição pode se tornar uma lâmina tão afiada, que ao cortarmos
o pulso com ela não sentimos dor alguma. Mas o sangue jorra aos borbotões. E é de um vermelho tão
intenso, que desfalecemos!

Beijos

P.S.: por quê não "pudeste" comentar sobre as "Tragédias..."?
Gosto tanto de teus comentários!!!

Batom e poesias disse...

Marcantonio,
e o invisível é essencial aos olhos?

bj
Rossana

nydia bonetti disse...

espero
ainda
ver
da tua
mão
nascer
a flor

OBS: Já guardei essas rosas bem guardadas. Que lindas! bjo!

dade amorim disse...

A série está merecendo um livro, Marco. Será que demora?

Eleonora Marino Duarte disse...

a série merece um livro marco II.

sinceramente? penso que você escreve o tempo todo e no intervalo de uma ou outra palavra, faz as outras coisas da vida.

incrível a tua produção!!!

beijos.

Lidi disse...

"a série merece um livro marco" III. Adorei o poema. Caeiro também adoraria. Um grande abraço.