Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

domingo, 7 de agosto de 2011

PROVAS DO ARTISTA (42)

NARRATIVA

Longa busca
Inconclusa.
Sede constante.
Implacável cerco.
Exausto
Enfio a cara
Na areia quente.
Abro a boca para gritar
O brado libertador
Que no peito aperto,
Mas engasgo com o deserto.

Emil Nolde, O Profeta, xilogravura, 1912

7 comentários:

Thiago Quintella de Mattos disse...

A cada exímio poema, uma dica de artes plásticas.

Tania regina Contreiras disse...

Te leio interrogando: a imensidão oprime? sufoca?
beijos,

José Carlos Brandão disse...

E como somos sufocados pelo deserto!

Eleonora Marino Duarte disse...

marco,

o deserto do incerto.

muito bom!


beijo.

cirandeira disse...

É tão raro encontrar um oásis...!?
A busca é intermináel, os lábios sangram pela sede insaciada...
E a voz mergulha na imensidão do deserto. Grãos de areia que somos!

Anônimo disse...

muito que bem meu amigo.

me veio a mente a imagem dos ascetas que decidem viver no deserto. De fato há um sufoco enorme em ser livre...

forte abraço!

Ana Ribeiro disse...

Narrar em poema a busca estafante pela prosa. É hora? Talvez esteja próxima agora.