Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PROVAS DO ARTISTA (48)


DEMANDA E OFERTA

A inspiração só me cede
O que não peço,
Não quero a face avessa,
Duvidosos versos
Saltando duma jazida.
Almejo a lavra amnésica,
Ao contrário, e ativa:

Enterrar o poema
No anverso da vida.

Iberê Camargo, gravura em metal, 1966.

7 comentários:

cirandeira disse...

Trabalho árduo, esse de controlar a
a inspiração! Uma jazida contém pedras preciosas em estado bruto,
cascalhos, água e/ou areia. Para extrair os diamantes, é necessário
submeter-se a garimpagem, suponho...!?

beijos

Unknown disse...

a inspiração, essa musa que nos acorrenta



abraço

Adriana Riess Karnal disse...

o anverso...muito Shakespereano,a mais pura criação.

Mariana disse...

Caro poeta: ando às voltas com o caos: a demanda há muito ultrapassou a oferta. Seca a própria vontade de dizer.

Abraço.

Bípede Falante disse...

Marcandoido, a minha também tem a petulância de me dar o que não está na minha lista, de ignorar os meus pedidos sempre tão pacíficos, que eu queria era escrever em paz, mas escrevo em meio a um redemoinho!
beijosss

Ana Ribeiro disse...

Essa luta rotineira também me consome.

Cris de Souza disse...

Impagável, eu disse im-pa-gá-vel! Assim valoriza a inspiração....