Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

PROVAS DO ARTISTA (51)

DO SÍMBOLO

É tanto o que não vejo
A despeito do ensejo
De olhar.
Só perceberei perfiladas
As duas faces da moeda
Se, no espelho, uma delas
Desvalorizar.

Doutro modo,
Serão perfis alternados,
Visão bipolar;
Ou unidos, e presumidos
Na espessura,
Sem feição, cara ou coroa.
Sem figura.


Escher, Fita de Moebius I, xilogravura em 3 cores, 1961

6 comentários:

Daniela Delias disse...

Tão bonito isso...me fez pensar em vários lances da psicanálise...
Bjo, Marquinho.

Sueli Maia (Mai) disse...

Marco,

com toda complexidade e simplicidade que há, teu poema é canção.

E você foi cruel consigo, poeta,
ao ilustrar seu poema com a obra de Escher e o fantasma de Lacan, você fragmentou os sentidos como luz em prisma.

Ah! o mundo inteiro é bipolar. (ou seria multipolar?)

bjos

Bípede Falante disse...

Não sei. Se entendi, entendi que a união faz a perda. Que provocativo poema! Vou ter de pensar e não vai ser pouco :)
beijoss

byTONHO disse...



B.ELO.timo!

:(:

Cris de Souza disse...

ô coroa, tá na cara o símbolo!?!

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

O melhor é o que não vemos.. o devir do a ver, (há)ver..

Abraço