Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

APONTAMENTO NA BORDA DO DIA (3)


Nesta quarta-feira
um apontamento real
tem de incluir o medo.
O rio corre entre ilhas de pânico.
O canto dos pássaros é baixo
sob projéteis de asas soturnas
que estouram no ar 
sem qualquer artifício.
Um viver tenso.
E eu propenso a subir no mapa
rumo a outro mar.

Isto já não é mais um apontamento.

7 comentários:

Flamarion Silva disse...

Sua poesia ilustra muito bem essa insegurança. Precisamos de paz. Paz.
Abraço.

Dario B. disse...

Aí como aqui, quosque tandem?

Bípede Falante disse...

Eu estou em uma quarta-feira meio vinholenta...

Eleonora Marino Duarte disse...

marco,

"nós, que aqui estamos, por algo de definitivo esperamos"


eu , apesar de amar o rio de janeiro como nunca amei lugar nenhum e ver, como carioca, as belezas naturais inspirando nossa forma de vida, nosso humor, nosso estado de alma, penso também em ir embora e fico ressentida por haver algo que me faça pensar assim.


vamos indo, por agora, vivendo.

os apontamentos foram uma ideia muito boa!

um abraço vizinho.

Cris de Souza disse...

a bordo da ilha, nem temo a geografia...

beijo do mar, meu mago!

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

o rio que vai se perdendo, sinto pelo povo desta cidade, mas salvador também não segue muito diferente,enquanto a frente dos homens e mulheres de poder há só o poder entre nós balas e cadaveres cantam em silêncio.
a poesia nos serve a revolta

Lou Vilela disse...

Fruição estética, apesar de.

(Lamentável tudo isso que vem ocorrendo.)

Abraços,
Lou