Nesta quarta-feira
um apontamento real
tem de incluir o medo.
O rio corre entre ilhas de pânico.
O canto dos pássaros é baixo
sob projéteis de asas soturnas
que estouram no ar
sem qualquer artifício.
Um viver tenso.
E eu propenso a subir no mapa
rumo a outro mar.
Isto já não é mais um apontamento.
7 comentários:
Sua poesia ilustra muito bem essa insegurança. Precisamos de paz. Paz.
Abraço.
Aí como aqui, quosque tandem?
Eu estou em uma quarta-feira meio vinholenta...
marco,
"nós, que aqui estamos, por algo de definitivo esperamos"
eu , apesar de amar o rio de janeiro como nunca amei lugar nenhum e ver, como carioca, as belezas naturais inspirando nossa forma de vida, nosso humor, nosso estado de alma, penso também em ir embora e fico ressentida por haver algo que me faça pensar assim.
vamos indo, por agora, vivendo.
os apontamentos foram uma ideia muito boa!
um abraço vizinho.
a bordo da ilha, nem temo a geografia...
beijo do mar, meu mago!
o rio que vai se perdendo, sinto pelo povo desta cidade, mas salvador também não segue muito diferente,enquanto a frente dos homens e mulheres de poder há só o poder entre nós balas e cadaveres cantam em silêncio.
a poesia nos serve a revolta
Fruição estética, apesar de.
(Lamentável tudo isso que vem ocorrendo.)
Abraços,
Lou
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