Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

domingo, 14 de novembro de 2010

CONFLUÊNCIA

Chove.
Algo se remove
dos telhados
e se junta às ruas.

Algo se revolve
na terra, se evola
e flutua.

Algo volve
para as águas:
as corolas nuas.

Algo me comove
( os olhos úmidos):
lembranças tuas.

Chove.

E algo absorve
a minha alma
crua e agreste
da chuva
que, preste,
chove!





















Caillebotte, The Yerres, Rain - óleo - 1875

8 comentários:

Luiza Maciel Nogueira disse...

de uma sensibilidade - que a chuva é uma maravilha poética por cá

beijo

Eleonora Marino Duarte disse...

comunhão de águas!

um encanto as tais gotas em palavras, marco.

beijo.

João A. Quadrado disse...

[onde a água vertical já não se contém, não é necessária qualquer margem: contudo, tarde ou cedo, regressará]

um imenso abraço, Marcantonio

Leonardo B.

Unknown disse...

a chuva é implacável em se fazer em nós,


abraço

Bípede Falante disse...

que linda chuva sobre o meu teclado :)

Cris de Souza disse...

essa chuva traz garoa ao olhar...

lindéssimo, viu!

José Carlos Brandão disse...

Chove lá fora
em minha alma
agora e outrora.
Instigante poema, Marcantonio.
Abraço.

Dalva M. Ferreira disse...

Ora direis, fazer poesia... pois se o Marcantonio já a fez! Bonito, Marc, bonito de doer na alma. (e aí venho eu com os meus pássaros empalados... tenha santa paciência, não é? rsrsrs) Abraço grande e muita, mas muita mesmo, admiração.