Chove.
Algo se remove
dos telhados
e se junta às ruas.
Algo se revolve
na terra, se evola
e flutua.
Algo volve
para as águas:
as corolas nuas.
Algo me comove
( os olhos úmidos):
lembranças tuas.
Chove.
E algo absorve
a minha alma
crua e agreste
da chuva
que, preste,
chove!
Caillebotte, The Yerres, Rain - óleo - 1875
8 comentários:
de uma sensibilidade - que a chuva é uma maravilha poética por cá
beijo
comunhão de águas!
um encanto as tais gotas em palavras, marco.
beijo.
[onde a água vertical já não se contém, não é necessária qualquer margem: contudo, tarde ou cedo, regressará]
um imenso abraço, Marcantonio
Leonardo B.
a chuva é implacável em se fazer em nós,
abraço
que linda chuva sobre o meu teclado :)
essa chuva traz garoa ao olhar...
lindéssimo, viu!
Chove lá fora
em minha alma
agora e outrora.
Instigante poema, Marcantonio.
Abraço.
Ora direis, fazer poesia... pois se o Marcantonio já a fez! Bonito, Marc, bonito de doer na alma. (e aí venho eu com os meus pássaros empalados... tenha santa paciência, não é? rsrsrs) Abraço grande e muita, mas muita mesmo, admiração.
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