Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

APONTAMENTO NA BORDA DO DIA (55)

É possível andar ao sol do meio-dia
De um dia de verão,
Sob um amplo toldo íntimo
Em cuja sombra,
Sobre alfombra,
Deita o espírito com hipotermia.

9 comentários:

S. disse...

tenho tanto desejado céus e coração fechados...
beijinhos

Eleonora Marino Duarte disse...

é possível, no verso!

Zélia Guardiano disse...

Maravilha de texto, Marcantonio!
Você se refere, de forma interessantíssima, à possibilidade de mantermos o sentimento natural, independentemente daquilo que nos apresenta o mundo fenomênico.
Adorei, amigo!
Abraço.

Tais Luso de Carvalho disse...

Seus poemas são lindos; mexem e remexem em algo que muitas vezes não pensamos; são inquietantes.
Andei por vários poemas como estive no 'Cadernos de Artes' - maravilhosas obras! Parabéns.

Beijos
tais luso

Tania regina Contreiras disse...

Ah, eu quase me lembro dos meus primeiros versos, escritos aos 11 anos de idade, que terminava questionando sobre realidade e sonhos. Qual é o mundo real, o do sol que arde a pele de tantos ou a temperatura íntima que nos acolhe e acode tantas vezes?
beijos

José Carlos Brandão disse...

É como se estivéssemos nus
ao sol,
à chuva,
tanta a intimidade
que nos concede
o verão.

Um poemeto para você, Marcantonio, sugerido pelo seu.

Abraços.

Anônimo disse...

é possível, e não é só possível no verso, é possivel na vida, nos dias, nas estações.
Caminhar sozinho entre a multidão!
Beijo
Laura

Anônimo disse...

É possível também que passado um tempo,esse toldo não resista à beleza que há na vida,e tocado pela mesma,o espírito volte a irradiá-la.

Thiago Quintella de Mattos disse...

É possível. Cria-se uma abóbada, refletimos.