Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

DESCONSTRUÇÃO

Menino, eu costumava
desmontar os meus brinquedos,
buscando entrever
o misterioso coração da alegria.

Adulto, ainda permaneço
infantil anatomista,
tentando entender
como se oxigenam as células
das palavras
sem corrente sanguínea.


Pieter Brueghel, Jogos Infantis, 1560

11 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

Na verdade, você RECONSTROI na sua desonstrução...e de uma forma inquietante, muitas vezes. Gosto.
Abraços,

cirandeira disse...

São as mãos que "obedecem" a certos comandos que tateiam inexplicavelmente em busca da alegria ou da tristeza. Ora sanguínea, ora palidamente: permanecemos criança.
Tu, como poeta que és, tens o privilégio de dissecar belamente a palavra, evitando verborragias ou septicemias com teu bisturí poético. Mas não te iludas: não há explicação...!

beijo

Breve Leonardo disse...

[abordagem serena à nossa mais dolorosa mutação, inevitável acumular do dia]

um imenso abraço, Marcantonio

LB

Zélia Guardiano disse...

Desconstrução...
Interessante demais, amigo!
Quanto significado!
Enorme abraço,
Zélia

Jozi Elen Fleck disse...

Marcantonio, fico aqui imaginando o teu campo lexical. Deve ser todo azul, né?
Tens um modo de dizer as coisas tão tão.. companheira.
Obrigada, não me canso de vir aqui.
Te mandei um e-mail.
Recebeste?
Abraços, querido!
Jozi
O Lugar das Cores Escritas

Thiago Quintella de Mattos disse...

É difícil deixarmos de ser meninos. Revendo nossa infância, pela memória, fantasias e sonhos, vemos que nela construímos muita coisa do que somos!

Domingos Barroso disse...

brilhante, brilhante, brilhante.

forte abraço.

Cris de Souza disse...

eis o mistério milenar...

beijo, meninão!

Sônia Brandão disse...

Mudam os brinquedos, a brincadeira permanece.Fazer poesia é brincar com as palavras. E você sabe disso.

bjs

Bípede Falante disse...

que lindo :)

Lidi disse...

Pois é, taí uma coisa que também queria entender. Nossa brinca com as palavras, Marcantonio. Muito bom! Abraços.