Tenho os olhos ardidos.
Os cabelos exalando maresia,
a pele enrugada
como como se eu fizera a travessia
da madrugada
mergulhado na palavra mar.
Não foi à deriva que dormi.
Talvez buscasse o extremo
das palavras praia virgem,
sem precisas coordenadas,
onde a palavra lua fosse tão irreal
e brilhante
que me incendiasse de desejo
de não mais despertar
para a manhã dos pontos cardeais.
Sabe-se, por este apontamento,
que despertei.
6 comentários:
marco,
que bonito!
a escrita, no fim das costas, sendo o fio de prata que o liga a realidade. muito interessante!
um trecho de lirismo grandioso:
Talvez buscasse o extremo
das palavras praia virgem,
sem precisas coordenadas,
onde a palavra lua fosse tão irreal
e brilhante
que me incendiasse de desejo
abraços.
curioso, acordei com gosto de mar nos lábios...
tarde azul, meu mago!
Muito lindo, Marcantonio!
Muito lindo!
Enorme abraço, amigo!
E a maresia deitou em meus olhos porque esta é uma relação precisa com a palavra.
Lindo e poético, lindo... e profundamente lindo é esse despertar de cada dia ou este olhar na borda de um dia.
demais!
Que coisa mais bonita, Marquinho! Às vezes te leio pensando que você caminha com familiaridade pela linha tênue que separa o real do imaginário...A tua poesia é vertigem, tantas vezes. E, sim, eu gosto muito.
beijos,
O astrolábio onirico trouxe-te náufrago à realidade. Um abraço.
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