Um menino me acordou
contando uma história
bem rente ao meu ouvido.
Umas bolhinhas luminosas
estalavam na sua boca
e eu sentia terno arrepio.
Quando eu voltava a fechar
os meus olhos sem fé,
ele me sacudia o ombro
com a inquieta mãozinha,
pássaro movimentando
um galho já ressequido.
Ele ria tão dourado de interjeições!
Eita! Eia! Eh! Psiu! Ôpa!
Eu conhecia aquela história
cheia de travessas lacunas
que o preguiçoso deixou inacabada
antes de correr para o domingo de sol!
Esse menino jamais cresceu comigo.
Tenho que levantar.
5 comentários:
no cerne, sem senões
abraço
Perfeito, Marcantonio!
Lindo recado dado...
Abraço, amigo!
infância adormecida, :), beijo!
comovente!
remeteu-me a isto:
http://letras.terra.com.br/caetano-veloso/44727/
(alguns nem se deitam)
marco,
belíssimo!
enquanto ele estiver ali-aí, menino sem crescer, está garantida a sua sensibilidade e inspiração.
parabéns pela capacidade de mantê-lo.
abraço.
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