Fecho os olhos
para que na câmara escura
ocorra o registro relâmpago
e sintético
das doze primeiras horas deste dia:
sim, porque já são 12:16.
Mas o que me vem é desapontamento
e cansaço de infinitos,
um pressentimento de perdas.
Minhas digitais são assinaturas
alienadas
na borda de algum contrato vencido.
Por isso penso em alguma forma
de permanência entranhada,
na tua face distante
onde tantos registros térmicos deixei:
um contrato natural porque as digitais
não se fixam à pele:
é no teu íntimo que me subscrevo.
Agora já são 12:30,
e por 15 minutos a minha memória
me afastou deste dia banal.
6 comentários:
Sei desses cansaços e desses pre_sentimentos e desses pós sentimentos. Acho que nesta época do ano, as faces distantes retornam... basta fechar os olhos. beijo, Marcantonio.
Tão lindo!
Tão profundo, meu querido Marcantonio!
Ah, as horas, o tempo, esse velho vilão: ando invocada com ele, ainda mais agora que acabo de completar sessenta e seis anos...rs... Af!
Encantei-me com o poema e, por favor, perdoe-me se divaguei, por conta de uma insatisfação que venho mantendo de uns tempos a esta parte, com relação à transitoriedade das coisas, dos fatos, da vida... Reafirmo: ando invocada com esse tal de tempo, que chega a me parecer, até , volátil...
Abraço apertado, amigo, grande Poeta!
Extraordinário, tenho que voltar aqui mais vezes, gosto muito do seu trabalho!
Te concedi um selo-prêmio, dá uma olhadinha bno meu blog depois :-)
www.gianlefou.blogspot.com
dos cincos
sentidos
o sexto
é servido
benção, meu mago!
bola pra frente!
Beijos!
engraçado como todos nós temos passagem de ida para tais abismos...
muito bonito, marco.
o termo cansaço de infinitos..., eu fiquei com pena de não ter criado tal expressão... me perdoe.
abraços.
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