Imagem do cabeçalho: "O Grande Canal de Veneza" (detalhe) de Turner

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

APONTAMENTO NA BORDA DO DIA (42)

Parece que me propus
a suspensão da escolha.
Escolhi nada escolher,
cansado de ter olhos
pendulares,
ou desse meneio mecânico
da minha cabeça
como se assistisse
à uma interminável
partida de tênis.

Na encruzilhada
a vida me crucifica
com cravos-placebos.

Perdoa-me, tempo,
se não sei o que faço
com a tua oferta!

9 comentários:

Domingos Barroso disse...

Raios!
Trovões!

(é o que ainda consegue balbuciar meu coração)

Poema esplendoroso,
grande poeta e meu amigo.

forte abraço.

Anônimo disse...

sinto o meu coração decompor-se no interior

poema espetacular, não se consegue parar de o ler

Beijos
Laura

Cris de Souza disse...

ai de cronos não te perdoar, torço-lhe os ponteiros!

(nada escolher, não saber: negativas que se reafirmam na pele)

Anônimo disse...

Oferta-te!!! Tão simples assim,mas talvez não tão fácil.Um abraço!

Luiza disse...

é difícil mesmo - o tempo vai e as vezes a gente fica no meio do caminho :)

beijo

Unknown disse...

cuidado que o tempo nada devolve,

abraço

Anônimo disse...

Se um dia o tempo te perdoar, me empreste o poema.

"na encruzilhada a vida me crucifica com cravos-placebos." Rapaz, tô encafifado com essa imagem.

Abraços e 10 nota 10.

Bípede Falante disse...

Marcantonio, não sei como se faz, mas alguém tem de fechar esse caixa 2 que o tempo guarda e só usa em causa própria!
beijo

Fred Caju disse...

Essa semana estou praticamente fazendo um ESPECIAL MARCANTONIO:

http://cronisias.blogspot.com/2011/01/marcantonio.html

http://poetasdemarte.blogspot.com/2011/01/confrontos-e-confluencias.html

Abraços, camarada!